Para as Bibliotecas da Rede de Leitura Pública, Adalberto Barreto, Junho de 1999

O presente trabalho tem por objectivo constituir um guia de auxílio às Bibliotecas da Rede de Leitura Pública, de modo a que estas possam compor um fundo documental de banda desenhada. Não se trata, contudo, de um obra que encerre, em si mesma, a política de aquisições de BD. Trata-se, apenas, de uma bibliografia, que poderá formar aquilo a que designaríamos de "núcleo duro" da banda desenhada e que pode ser considerada como, um primeiro passo para a criação de um stock documental crescente, apelativo e que represente um amplo leque de gostos do vasto universo dos leitores da banda desenhada.

Assim, não se pretende constituir uma bibliografia exaustiva, do que melhor se publicou e produziu no âmbito da "nona arte". Procuramos, simplesmente, formular algumas sugestões bibliográficas, que: Contemplem os grandes mestres e os respectivos clássicos; Chamem a atenção para os novos autores e correntes inovadoras; Dêem uma especial atenção aos autores e às publicações portuguesas.

Alguns nomes sonantes ficam, contudo, por referenciar, nomeadamente autores como Milton Caniff ou Richard F. Outcault (entre outros). Este facto, não se deve a uma opção deliberada, mas sim à inexistência de obras destes autores disponíveis no mercado no momento da conclusão do trabalho.

Saliente-se também que não se trata de um catálogo comercial de títulos disponíveis no mercado, mas, sim, de uma selecção que pretende ter por base a "qualidade intrínseca" da obra. Contudo, como a aferição da qualidade é, por excelência, subjectiva, procurou-se (para dar um maior cunho de objectividade) consultar um amplo número de obras de referência nesta área (todas elas referenciadas no ponto 4), bem como a opinião dos especialistas, que surge semanalmente na imprensa nacional.

Por outro lado, como muitas das obras consideradas fundamentais não se encontram publicadas na língua portuguesa (ou nunca foram, ou estão esgotadas), vamos encontrar nesta selecção uma série de referências bibliográficas em francês e inglês. Em alguns casos optou-se mesmo por fazer uma dupla referência bibliográfica (à edição francesa e à edição portuguesa), sempre que a edição portuguesa da respectiva colecção se encontre demasiado incompleta.

Ainda a respeito das edições, refira-se que se procurou, também, averiguar a existência dos títulos no mercado, o que não evita a possibilidade de algumas obras aqui citadas estarem em vias de esgotar ou ter, entretanto, esgotado.

No que concerne à estruturação do trabalho, começamos pelas séries (colecções), passando de seguida aos álbums isolados e romances gráficos. Seguem-se as obras de referência, estudos monográficos e, por fim, as livrarias especializadas em Portugal.

Note-se que no capítulo das colecções, cada referência bibliográfica vale para a colecção no seu todo (parece-nos que não se justificava uma referência para cada álbum). Ainda em relação às referências bibliográficas, é de referir que dadas as especificidades da BD, optou-se por citar o desenhador à frente do argumentista.